segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Déjà vu


Mais um dia que começou cedo. No dia 22/12, um café no botequim, abaixo do hotel, e antes mesmo das 8hs tocamos pra frente. Uma perna longa estava planejada para cruzarmos os 300 km do Uruguai e pararíamos já na Argentina! Em Santana do Livramento, última cidade brasileira antes da fronteira com o Uruguai, um simpático casal, de carro ao nosso lado no farol, fez questão de nos dar um salve. “Não deixem de ir a Perito Morenooooo...”, gritou a esposa com a cabeça toda para fora da janela.


Durante a viagem, já dentro do Uruguai, Celso comentou que tinha uma sensação de déjà vu. Talvez fosse o piso quadriculado do boteco em São Gabriel, que remetia aos botequins de São Paulo, como o Pirajá e o Filial. O Uruguai é um pequeno país. Quase do tamanho da Casa Verde, aprazível bairro italiano na zona norte de São Paulo. Cruzamos em poucas horas os 300 e um alguns quilômetros até a fronteira com a Casa Verde. Ou melhor, Uruguai.


Ali, na aduana de saída e entrada na Argentina, uma ducha de água fria nos nossos ímpetos. Ou melhor, gelada. Muito gelada. Percebemos que nem todo lugar se entra e sai com tanta facilidade. Um pequeno detalhe, um pequeno papel, não permitiu nossa saída do Uruguai, tampouco entrada na Argentina. A imigração entre Brasil e Uruguai não é feita na fronteira, como em países normais – e organizados. A única coisa que funcionava corretamente era o oficial da aduana uruguaia. E com ele não teve choro, cunversê, portunhol ou o que fosse. Não pudemos entrar. Ou melhor, nem sair. Era dali pra trás. Voltar a Livramento, na fronteira, e pegar o tal papel de imigração de turistas (e torcer para a fiscalização da estrada ser nula como na ida). Antes da saída com a amarga sensação de derrota, Deco deu uma rezinha em um carro atrás dele na fila. Sorte, eram brasileiros (eita praga que está em toda parte!).


Aprendemos a lição. E não podíamos deixar o samba morrer, pois ainda seriam mais uns 4 mil quilômetros até nosso objetivo. Durante a volta, olhando para a mesma estrada pela segunda vez no mesmo dia, a sensação de Deja Vu, então, se confirmou. Chegando em Livramento, uma churrascada por preço de ocasião e uma boa noite de sono, garantiu o gás para o dia seguinte!

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