segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

De Volta para o Futuro

Todo mundo pra fora da cama cedo! Afinal, em 23/12 era o dia de chegar onde já deveríamos estar. Café e estrada. Antes, uma parada na aduana para obter todo e qualquer tipo de papel e carimbos para se entrar – e sair – do Uruguai.


Tudo em mãos, paramos em um posto policial, logo na entrada de Rivera (cidade uruguaia na fronteira com Livramento), para checar com o pessoal ali se estávamos corretos com a papelada. Com um pouco do nosso blábláblá ganhamos a simpatia dos oficiais, que logo deixaram suas expressõ

es sisudas e, com sorrisos, tiraram fotos conosco. Agora era tocar para frente e enfrentar o guarda mais correto da polícia uruguaia. Os 300 e poucos quilômetros até a aduana passaram como um suspiro.

Na fila aduana, todo o filme do dia anterior passou pela mente dos cinco. Tínhamos papéis suficientes para ir dali até Vladivostok, mas o frio na barriga de dar algum “jazz” era inevitável. Chegou a nossa vez. O mesmo guarda, com um sorriso amarelo e irônico, nos recebeu no guichê. “Viram só, como é muito melhor ficar dentro da lei? Tenho certeza que vocês aprenderam a lição”, disse ele em tom de professor do primeiro grau que aplica um corretivo nos alunos traquinas. “Sim, senhor. Aprendemos”, respondemos com um sorriso mais amarelo que a camisa “branca” do Ricardo, que havia 3 dias não saia do seu esguio corpo. Ainda uma rápida inspeção com um mal humorado guarda, que mais lembrava um possível irmão portenho do Dani DeVito.

Na saída, claro, comemoramos a vitória! E de volta a estrada. Afinal, agora teríamos que readequar nosso planejamento, pois tivemos todos os contratempos da Sol (enóide) e da trombada e volta na aduana Uruguai/Argentina. Descendo pela estrada, rumo ao máximo que conseguíssemos atingir, conhecemos o que os toyoteiros que nos passaram dicas se referiam sobre policiais argentinos, especialmente na região de Entre Ríos, muito próxima a Buenos Aires.


Uma pequena parada na estrada e um guarda conseguiu “encontrar uma infração”. O adesivo de 80km/h na traseira das 2 Bands, segundo ele, deveria ser refletivo. Mas, estávamos munidos de toda a papelada do consulado brasileiro, e dicas dos amigos toyoteiros! Mais um pouco de portunhol e os guardas se convenceram que não estavam lidando com nenhum José Ruela! Ainda assim, um deles teve a cara de pau de perguntar se não tínhamos nenhum “trocado”. Deixamos algumas moedas, desejamos feliz natal e tocamos o barco.


Quando achávamos que dali tocaríamos até o Ushuaia sem escala, mais um pequeno pormenor. Um congestionamento. Digno de fazer inveja aos da nossa 23 de Maio às 19hs. Felizmente, foram “apenas” 30 minutos parados – com o motor desligado. Anselmo, com seus malabares e dotes circenses, garantiu a distração de todos, inclusive dos curiosos que caminhavam entre os carros e caminhões parados. Via liberada, fomos em frente. O sol por aqui, ainda bem, demora a cair nessa época. Então, conseguimos tocar um pouco mais para frente, até a cidade de Zarate, nossa primeira parada na Argentina. Uma cidade que, com algumas outras, forma um grupo que rodeia a Grande Buenos Aires. E naquela noite, todas entraram em grande balbúrdia, por conta da conquista do título de campeão do Boca Juniors. E quando o assunto é futebol, argentinos são tão fanáticos quanto nós. Ah, e um pouco antes de entrarmos em Zarate, usamos pela primeira vez o galão de reserva, para garantir que chegaríamos ao posto mais próximo.


E lá neste posto, conhecemos uma frentista muito figura, que brincou e tirou fotos conosco. Mesma figura que encontramos em uma pizzaria onde jantávamos, na frente do hotelzinho bacana que ficamos. A “fiesta” então estava engatilhada. Mas a responsabilidade falou mais alto, e fomos para a caminha dormir o sono dos justos. Afinal, o dia tinha sido cheio até chegarmos onde já deveríamos estar.

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